quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Bernardinho deixa seleção de vôlei após 16 anos

(Foto: Divulgação/CBV)


Depois de 16 anos chegou ao fim o ciclo de Bernardinho à frente da seleção masculina de vôlei. Após o título olímpico no Rio de Janeiro, o treinador optou por não seguir no cargo que ocupava desde 2001.

O anúncio de sua saída foi feito na tarde desta quarta-feira em entrevista coletiva na sede da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), no Rio de Janeiro. Renan dal Zotto será o novo comandante da seleção. No último ciclo, ele ficou como diretor de seleções da CBV.

Embora não seja mais treinador, Bernardinho não estará longe da seleção brasileira. De acordo com o diretor de seleções da CBV, Radames Lattari, ele ocupará o cargo de coordenador-técnico da equipe:

"O Bernardo será coordenador da seleção masculina e fará também um trabalho com a base, porque ele gosta bastante deste trabalho de formação. Ele falou, naquele estilo bem Bernardinho, que não se importa com nomenclatura. O que ele quer é ajudar".

“Para mim é um sonho poder chegar um pouco mais tarde. Inevitavelmente ele vai ter que fazer parte de alguma forma do processo de continuidade do crescimento do voleibol. A ideia é continuar trabalhando muito forte. Esse é nosso diferencial. Um desafio enorme, muito grande”, afirmou o novo treinador Renan durante a coletiva de sua apresentação.

De fato o desafio é grande: como treinador da Seleção masculina, Bernardinho conquistou duas medalhas de ouro olímpicas (Atenas 2004 e Rio 2016), duas pratas (Pequim 2008 e Londres 2012), três títulos mundiais (2002, 2006 e 2010) e oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010. “Há dois dias não durmo. Desde o momento que vi que teria que tomar essa decisão”, acrescentou Renan.

“Ao longo desse processo todo, nos últimos quatro ou cinco meses, sempre vi o Bernardo nervoso, angustiado. Ontem durante nossa reunião foi a primeira vez que eu o vi um pouco mais relaxado”, disse Radamés Lattari, diretor de voleibol da CBV.

Bernardinho marcou uma era na história do vôlei brasileiro. Como jogador, integrou a Geração de Prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Posteriormente, como técnico, levou a Seleção feminina a dois bronzes olímpicos, em Atlanta 1996 e Sydney 2000. Mas foi na Seleção masculina onde alcançou um novo patamar no esporte.

Um dos motivos que pesaram na sua escolha de se desligar do cargo de técnico da Seleção masculina foi a ausência familiar. Em constantes viagens com o conjunto nacional, o treinador ficava distante de compromissos pessoais. Também à frente do Rio de Janeiro, time atual campeão da Superliga feminina de vôlei, Bernardinho chegou a propor à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) que assumisse um cargo de bastidores na entidade, promovendo seu auxiliar Rubinho ao comando da Seleção masculina principal. Assim, ele poderia seguir respirando voleibol e morando em sua cidade. No entanto, a ideia foi negada pela alta cúpula do esporte.







Fonte: UOL | R7