segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Temporada do “pula-pula” está movimentada em Campos

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)
Em outubro de 2008, após vencer o ex-prefeito Arnaldo Vianna, os articuladores do grupo rosáceo tiveram que iniciar um novo jogo. Como o grupo de Arnaldo elegeu 11 vereadores e os rosáceos ficaram com seis cadeiras, seria necessário um “pula, pula” para garantir a presidência da Câmara de Campos. Em poucas semanas o governo firmou acordos com PSB e PPS e reverteu o quadro. Agora, oito anos depois, o jogo se inverte. Dessa vez os rosáceos fizeram a maioria (18 cadeiras) e devem assistir um “pula-pula” com o intuito de garantir a maioria ao prefeito eleito Rafael Diniz (PPS).

Na última semana, durante manifestação em defesa dos programas sociais, organizada pelo vereador Thiago Virgílio (PTC), sob a coordenação do líder rosáceo, já foi possível notar que nem todos querem se expor. Dos 18 vereadores eleitos pelo grupo, estavam presentes: Thiago Virgílio, Thiago Ferrugem (PR), Kellinho (PR), Jorge Magal (PSD), Ozéias (PSDB), Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), Vinícius Madureira (PRP), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL) e Roberto Pinto (PTC).

No mesmo dia, representantes dos partidos que caminharam com os rosáceos já articulavam nos bastidores para garantir a governabilidade do prefeito eleito.

Na primeira sessão da Câmara após a vitória de Rafael Diniz, vereadores do grupo rosáceo fizeram questão de parabenizá-lo e garantiram que estarão “ao lado do povo”. “A vontade popular precisa e deve ser respeitada. Se depender de Magal, vamos continuar ajudando essa cidade, esse povo”.

Com a maior votação entre os candidatos a vereador na eleição deste ano, Marcão (Rede) trabalha em busca dos votos necessários para conquistar a presidência da Câmara. As costuras acontecem diretamente com os políticos da planície e também com os diretórios estaduais e nacionais. O PSD do vereador Jorge Magal, por exemplo, deu apoio ao senador Marcelo Crivella (PRB) na disputa pela Prefeitura do Rio e exigiu que o líder rosáceo não participe do governo, em caso de vitória. Sendo assim, tudo indica que em Campos o PSD não vai querer continuar no grupo governista, que em janeiro será oposição.

Dos 25 vereadores eleitos, apenas dois já são apontados como opositores ao governo que terá início em janeiro: Thiago Ferrugem e Linda Mara. O primeiro é afilhado do casal Garotinho e deve levar ao Legislativo o discurso do líder rosáceo. Já Linda Mara é a fiel escudeira da prefeita Rosinha Garotinho (PR). Um nome que também pode estar na oposição é Thiago Virgílio, conhecido como “pit bull” rosáceo. Mas vale lembrar que os três fazem parte da lista do “escandaloso esquema” do Cheque Cidadão, denunciado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), e terão uma batalha jurídica pela frente.

Declaração de Clarissa pode incentivar

Ao desobedecer ao PR e votar contra a PEC que congela os gastos federais, com a alegação de que se posicionou “ao lado do povo”, a deputada federal Clarissa Garotinho (PR) ofereceu um argumento aos vereadores que desejam desobedecer ao grupo governista em Campos. Como o próximo governo obteve a maioria absoluta dos votos, parlamentares podem desobedecer ao líder rosáceo e dizer que optaram por ficar “ao lado povo”. E não seria a primeira vez que isso ocorreria com o grupo. Na eleição de 2010, após Sergio Cabral (PMDB) se reeleger governador, deputados estaduais do PR resolveram ficar ao lado do governo. Entre os nomes estava o ex-deputado Roberto Henriques, que logo no início de 2011 deixou o grupo rosáceo.








Fonte: Folha da Manhã