quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ELEIÇÕES 2016: Nildo Cardoso, " foco será no planejamento"

(Foto: Michelle Richa | Folha da Manhã)
Acabar com as indicações políticas, investir em frota própria de ambulância, diminuir os gastos supérfluos e priorizar o planejamento. Esses foram alguns pontos destacados pelo candidato a prefeito de Campos Nildo Cardoso (DEM), que terão prioridades em seu governo caso seja eleito. O candidato ressaltou que a atenção básica hoje na Saúde é ineficaz e que pretende melhorar essa questão com a retomada de alguns programas, como o PSF, o Pacs e outros. Nildo também destacou a valorização do profissional da educação e disse que a recuperação das perdas salariais é um assunto urgente a ser tratado em seu governo, em conjunto com a melhoria de escolas e creches. O prefeitável garantiu que irá aprovar o Plano de Mobilidade Urbana e também em manter o Programa Campos Cidadão e o Cheque Cidadão, com rigor nos recadastramentos. Para a habitação, Nildo destacou que pretende cumprir o Plano Municipal.

Despolitização dos cargos nas unidades de saúde – Nós não podemos concordar que um chefe do posto de saúde não tenha qualificação administrativa e técnica. A grande maioria que atua nos postos hoje é de pessoas que não entendem de administração, muito menos conseguem aplicar uma injeção, fazer uma sutura ou um curativo. Vimos motoristas de ambulâncias sendo promovidos a chefe de posto médico. Com todo respeito aos motoristas, mas é preciso ter qualificação técnica e administrativa, além de humana. O tratamento das pessoas no momento em que elas mais precisam é algo muito sério e precisa ser tratado como tal. As indicações por parte de vereadores e cabos eleitorais dos políticos precisam acabar. As unidades de saúde precisam de gestores capacitados e preparados para exercerem a função, assim como em todos os cargos da gestão.

Priorização da atenção básica – É preciso reforçar a atenção básica e a atenção primária em saúde, que é conhecida como a porta de entrada dos usuários no sistema. É o atendimento inicial, portanto deve ter como objetivo orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica, que deveria funcionar como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos, hoje no município de Campos é ineficaz, um calvário para os usuários do Sistema Único de Saúde. Precisamos retornar o Programa Saúde da Família e investir em outros como as Equipes de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), que busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc. É nosso compromisso disponibilizar nas UBSs, consultas, exames, vacinas, equipamentos como raio-x, aparelho de ultrassom, material de sutura e de curativo, medicamentos e posto de coleta de sangue para exame; e garantir um médico clínico geral em todas as unidades do município para dar esse atendimento inicial. Além disso, Campos tem capacidade para receber mais três UPAs. Por isso, nós vamos municipalizar a de Guarus e instalar as outras em Morro do Coco, Farol e Jockey.

Ambulâncias - Nós entendemos que é fundamental a aquisição de ambulâncias para a Rede Municipal de Saúde, para melhorarmos o serviço de atendimento à população. Além disso, nossas comunidades rurais necessitam da Unidade Móvel Odontológica e das Unidades de Saúde Bucal para que possam contar com serviços dessa natureza. Vamos comprar a frota de ambulâncias para atender todo o município e terceirizar os serviços de motorista e manutenção.

Repasse de verbas para hospitais contratualizados – Precisamos garantir o repasse em dia para as redes contratualizadas, mas precisamos entender também a dinâmica dessa distribuição financeira. Ouvimos hoje que muitas vezes o repasse fica atrasado em três meses e os médicos sem receber de oito a 10 meses. Precisamos criar uma nova dinâmica de pagamentos dos profissionais. Todos têm seus compromissos e também precisam receber em dia. As redes contratualizadas são importantes para atender toda essa demanda que temos no município. Sabemos que a tabela SUS é defasada e não há como um hospital funcionar sem a contratualização.

Filas para marcação de consultas – Primeiro é preciso que o Poder Público se planeje para atender a demanda. O principal problema está justamente na base, na atenção primária. Quando há essa triagem, esse trabalho de prevenção nos chamados postinhos, é óbvio que as filas vão diminuir. Mas é fundamental que se tenha uma visão real de demanda para cada especialidade. E direcionar infraestrutura, esforços e recursos para que ninguém fique sem atendimento, muito menos tenha que passar madrugadas nas filas, como acontece hoje. Isso é desumano.

Escolas em tempo integral – As escolas em tempo integral representam um avanço no sistema de educação básica. Na escola, além do momento destinado às aulas convencionais, ao conteúdo das matérias curriculares, o espaço pode ser aproveitado para atividades esportivas, culturais, reforço escolar, noções de cidadania e uma série de outras iniciativas saudáveis e indispensáveis para a formação das nossas crianças como um todo. Isso, sem esquecer de oferecer uma alimentação balanceada para essa criança, o que é primordial para que ela se desenvolva como um todo. O ideal é que tenhamos escolas modelo com este perfil. À proporção que vamos consolidando esse sistema curricular diferenciado, então seguimos para ampliar a oferta em outras unidades, que deverão ser transformadas fisicamente também para esse novo perfil.

Ideb - O Ideb do primeiro segmento foi impulsionado pela implantação do ciclo de alfabetização. Nos anos anteriores, os altos índices de reprovação nos primeiro e segundo anos de escolaridade puxavam esses índices para baixo. Ano passado, com o ano letivo já em andamento e com os professores desenvolvendo seus planos de trabalho, o município implantou o sistema de ciclos. Nesse sistema, o aluno em fase de alfabetização passa a ficar retido (em caso de não alcançar os objetivos) somente ao final de 600 dias letivos e não mais a cada 200 (como no sistema seriado). O sistema de ciclos, se bem implantado, traz vantagens, pois o aluno tem mais tempo de desenvolver suas habilidades. Porém, o que vemos hoje são os professores se matando em sala de aula, na maioria das vezes sem apoio nenhum, com material didático inadequado, com falta de todos os materiais básicos (papelaria), salas superlotadas e sem infraestrutura alguma. Sendo assim, os números bonitos que se vê hoje vão se transformar em salas e mais salas de projetos de aceleração no futuro. Pois os alunos que não estarão alfabetizados daqui a dois, três anos vão estar lá agarrados. Talvez o índice mais sincero, real, seja esse do segundo segmento, pois demonstra a carência da educação básica. Esses números são baixos assim, pois os alunos chegam até lá sem saber ler, ou lendo sem conseguir interpretar e fazendo precariamente as operações básicas. E é mais uma vez os heróis dos professores que têm de dar conta de toda essa defasagem. Para melhorar o Ideb, precisamos tomar uma série de medidas que garantam uma educação de qualidade como, por exemplo, recuperar as perdas salariais, promover a formação continuada dos trabalhadores da educação; dar mais autonomia aos gestores; melhorar a qualidade dos materiais complementares fornecidos pela Prefeitura. Um conjunto de medidas, tendo as citadas acima como principais, colocará a educação de Campos no rumo certo e o aumento da nota do Ideb será uma consequência do nosso trabalho sério.

Valorização do profissional da educação – Nós compreendemos que é urgente recuperar as perdas salariais dos trabalhadores da educação, que já somam 10 anos de defasagem. Além disso, para suprir as tantas carências de mão de obra da nossa Rede, priorizaremos a realização de concursos públicos e também colocaremos um assistente social e um psicólogo em cada unidade escolar para que os gestores e os demais envolvidos no contexto escolar tenham a estabilidade necessária para desenvolverem seu trabalho com planejamento e tranquilidade.

Melhoria de escolas e creches - Campos precisa de reforma e ampliação das creches e escolas municipais existentes para que possamos garantir as vagas já ofertadas e proporcionar novas. Além disso, é necessário construir novas unidades, como a escola técnica modelo em Santa Maria, e garantir o bom funcionamento dos Cieps já municipalizados e municipalizar os que ainda faltam, assim como a Escola Técnica Estadual Agrícola Antônio Sarlo. Mas não podemos nos esquecer que melhorar a infraestrutura não apresenta resultados, se for feita de forma isolada. É preciso um conjunto de medidas, como a valorização e capacitação profissional de todos os envolvidos no processo de educação.

Programa Campos Cidadão – Nós vamos manter a passagem social em respeito, principalmente à população do interior do município, que depende do benefício para trabalhar na área urbana. Precisa garantir também o repasse às empresas, congelado há oito anos. O que não pode é manter este programa sem que haja um planejamento e que se faça contas. É lição básica. A população precisa da passagem subsidiada, as empresas precisam receber, os trabalhadores precisam dos seus salários em dia e da manutenção dos seus empregos.

Transporte alternativo – O transporte alternativo é uma realidade consolidada em todo o país. Não é exclusividade de Campos. Mas é preciso regularizar o serviço, tornando-o melhor, mais eficiente e mais seguro para os usuários e também para quem tem na oferta desta demanda uma fonte de renda. Também é essencial que se estude, se planeje o transporte alternativo não de forma isolada, mas integrando suas linhas, itinerários, frequência e horários ao transporte coletivo convencional dos ônibus.

Obras inacabadas – É preciso ter prioridades e, principalmente, acabar com os gastos e terceirizações desnecessárias. O que falta na gestão atual é foco, é planejamento. Desde o início do novo governo, será necessário fazer um grande levantamento, um trabalho minucioso. O que temos? O que falta? O quanto falta? O que é viável? Onde estão os recursos? Neste caso, mais uma vez, a resposta está no planejamento.

Plano de Mobilidade Urbana – Sim, sem dúvidas pretendemos aprovar o Plano de Mobilidade Urbana. Campos cresce e deve crescer ordenadamente. Para isso, é preciso rever as linhas do transporte coletivo, investir em ciclovias e ciclofaixas e trabalhar conscientização nas escolas. Esses são os três pilares, somados a uma outra série de ações que tornem a mobilidade melhor, mais funcional, mais segura e menos poluente para todos os campistas.

Cheque Cidadão – Nós, a partir de 1º de janeiro, trabalharemos para realizar o recadastramento das famílias assistidas pelo programa, para corrigir algumas anomalias, como, por exemplo, o fato de algumas famílias receberem o Cheque sem necessitar realmente do benefício e cadastrar aqueles que precisam e estão até hoje sem receber. O Cheque Cidadão é um instrumento importante de inclusão social, mas precisa sobretudo ser justo.

Morar Feliz – As políticas para suprir o déficit de milhares de moradias serão prioridade do governo municipal. O foco da nossa proposta vai além da produção quantitativa, pois leva em conta a qualidade das moradias e envolve o cumprimento do Plano Municipal de Habitação, com captação de recursos dos governos federal e estadual, com o objetivo de beneficiar o maior número de famílias e suprir o déficit de milhares de moradias; o recadastramento das famílias beneficiadas, para que possam estar próximos aos bairros e distritos de origem, reduzindo a crescente violência instalada nessas áreas; a construção de novas casas, que terá início quando as unidades já construídas e entregues estiverem em condições adequadas e seguras, com muros e portões, com prioridade de investimentos nas áreas de risco e construídas com tijolos e telhas produzidos pelo parque cerâmico do município. Serão construídas cerca de 500 casas em localidades diferentes, evitando o deslocamento em massa para um só local. Além disso, o nosso governo irá vincular a Política Habitacional com a Política de Desenvolvimento Urbano, garantindo o saneamento, a mobilidade, postos de saúde, áreas de lazer, creches e escolas para os conjuntos; e realizar processos de licitação por cada conjunto habitacional, para dar oportunidade às empresas do município de poderem concorrer e participar do processo.








Fonte: Folha da Manhã